O FIM DO MUNDO
É incrível, como acordamos pela manhã reclamando que o dia não esta ensolarado, ou que o sol esta quente demais, que Deus não nos ajuda nisso ou naquilo, que o café esta frio, que a comida não esta boa, que temos um dia longo pela frente... Nessa insensatez, esquecemos que a nossa volta muitos não têm como enxergar o sol, nem mesmo sentir o calor. Não tem o café frio ou quente para tomar, às vezes nem um Deus para reclamar. Isso infelizmente é intrínseco ao ego humano.
Por muito tempo hesitei em escrever sobre ingratidões e insultilezas, mas eu não seria o único a falar sobre isso. Sempre tive medo dos meus pesares e das minhas imaginações, portanto sou mais um na vida reclamando, assim como você. Criamos um mundo averso ao contentamento, um universo profano de críticas e indagações.
Seria necessário pensar como Dante? - "Lasciate ogna speranza voi che entrate!" - "Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno.” Mas que inferno? Que esperança? Afinal, onde estamos indo? A estrada leva-nos a algum lugar, nos encaminha ao desconhecido. É nessa estrada que às vezes a solidão nos consome, olhamos diante de todos e o que enxergamos são lágrimas descontínuas por um mundo de limitações e corações fragilizados. Todavia, tenho a certeza que um dia qualquer cuspido no futuro poderei olhar adiante das minhas expectativas e ver uma tabuleta meio torta onde nela esteja escrito: - O fim do mundo!