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Posted by Alan
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11:26 PM
Tento dizer palavras que soam boas. Tento olhar a vida sob um espectro de luz que me alucina e me conduz... Mas, as palavras que acredito são poucas e acabam morrendo em mim. Olho através da janela. O frio parece abrigar-me dos perigos noturnos. Tento tocar o céu e ele é tão distante. E os dias me consomem nesse cansaço de buscas e tentativas. É... e ainda assim, caminho no desconhecido. Sou peregrino de mim mesmo, dos meus sorrisos cínicos e debochados de um garoto que acredita ser forte, quando a fragilidade dos sentimentos não o deixa ir além. Ir além de mim mesmo e tocar o desconhecido, assim como o céu que agora desaba sobre minha cabeça. Como queria debruçar-me no paraíso, deitar e quando acordar esta sob a luz do sol e não mais esse frio noturno. A chuva tornou-se a amiga de sempre. Ao olhar suas gotas e deixar que elas toquem meu rosto e meu corpo é como se tivesse lavando e tocando minha alma. De forma clara e singela aos poucos ela vai terminando e dando espaço para agora, nuvens cinzas, um espaço nublado e mítico que realmente faz eu entender a minha própria angústia. Grite! Grite, grite... Chore o quanto puder... Tenho certeza que ninguém jamais poderá me ouvir, jamais entenderão o que se passa, porque estou conseguindo alcançar a saudade que tenho de mim mesmo. Sim, a saudades do que ficou e agora é a nostalgia das minhas poucas palavras. Assim, vou me revirando entre os lençóis solitários e aos poucos vou adormecendo, sem saber onde estou indo, e tentando apenas ouvir minha voz. Sem nenhum razão, percebo que meus pesares sorriem para mim e nada mais me importa. Só aquelas tristezas repentinas que ainda ecoam em busca das minhas próprias razões. Não quero mais cometer os mesmos erros, porque eu tenho as razões, porém não me deram as escolhas e com isso aqui vou ficando e sentindo o que há para sentir, para chorar, para rever os dias e, contudo, dizer que um dia gritei ao mundo e ali percebi que o mundo era surdo-mudo....