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Auto-Retrato

Posted by Alan on 2:21 PM

Hesito em falar daquele que aparento ser, pois seria necessário descobrir quem realmente sou. Em um mundo de grandes limitações não me vejo interiorizado nos ventos que sopram para o norte, nem tampouco nos barcos velejantes que se destinam ao sul. De toda teoria prosto-me a contestação, ao imenso oceano do desconhecido que atravessa todas as objeções e exceções à regra. Recrio atitudes e palavras e nas mesmas criações desprezo o comum, o tributável, o cotidiano. Apresento-me em contradições, todavia se julgo necessário deleito no exato e me disperso no concreto. Não nasci para brilhar, afinal não sou purpurina, nem letreiro de motel e muito menos outdoor de anúncio de refrigerantes. Nasci para ser quem sou: homem, insano, profano, mistério, sutil, hostil, feliz, triste, utópico, amante, eremita dos dias meus. Nasci do sonho. Após eu, não haverá mais ninguém. Mas, é nosso destino...Sempre pergunto-me se alguém estará por perto se a chuva cair ao saber que um simples sonho não será mantido. Nenhuma chuva poderia chorar como eu chorei. Eu sou uma criança tão longe de casa.
Um a um, os céus desabam, eu posso não acordar. A história está tecida. As sortes estão ditas, a verdade é medida pelo peso do seu ouro. A mágica se dispersa sobre tapetes no chão e a fé é contemplada no som do mercado à noite.
Alguns dizem que uso máscaras...Você não gostaria da minha máscara? Não gostaria do meu espelho? Nem sempre gostamos de espelhos....Eles refletem a realidade, refletem a alma que muitas vezes esta obscura, atônita pelo preço da verdade. Serei algo disperso daquilo que me consome, dos amores que tive e das tristezas que levei. Amores??? Quão grande significado. Amar parece algo tão simples, quando na verdade se esconde atrás de tristes dias ou mesmo em demagogias essenciais a existência, como o próprio conceito de felicidade. Seria amar algo inerente ao homem? O que reluto é na rivalidade deste com a própria consciência. Uma consciência túrgida devastada pelo egoísmo, pela frustração do comum, do social. Abatida pelo próprio acaso, pela harmonia entre o desejo e o real, mas que é a causa do mal do século, a solidão. Sou parte disso e não posso negar o que me consome, o que me envaidece. Sou o que sou e não o que desejo, o que quero. Por muito tempo fui sonho, hoje sou real e cabe a você encontrar as respostas. Faça as perguntas. Deixe-me dançar, deixe-me cantar. Eu cavalgarei até a lua encontrar o mar.


"Alan Baloni"

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1 Comments


É meu querido, nesse momento vejo que não estamos tão distantes e de certa forma buscamos os mesmos sonhos, acreditamos nas mesmas mudanças, com a diferença de eu não ter o dom da escrita como o seu. Te admiro por isso e pela forma como materializa todos os seus pensamentos, as vezes dicotômicos, as vezes sonhadores, mas sempre coerentes com nosso universo. Que os mestres da escrita te bendigam sempre.
Amém.
Beijos

Seja Bem Vindo!!!!

Seja bem vindo ao meu mundo particular. Sonhos e pesadelos se confundem em
meu leito que agora pairam entre meus medos...

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