Auto-Retrato
Uma vida vai se perder
O revólver, a agonia
O veneno...Tudo pode acontecer
Rosas esperam em algum lugar
Está muito frio, sombrio
Ouço o som triste do piano
Vozes murmurando...
Da janela espero o que foi perdido,
O vazio, o tudo...o nada.
O passado não me fascina
O futuro não me prende a atenção
Como mamãe me dizia:
Terra alheia não é morada
E braço alheio não é travesseiro...
Não há porque chorar,
Nem motivos para cantar
Vejo gente triste nas calçadas,
Feito despeito de não ter algum lugar
São como a vida que a morte não pode enganar...
Sinto cheiro de mofo, cantos mórbidos
O silêncio não é mais o mesmo
A vida é onda nua...
Sangue derrama por toda parte,
Nos olhos apenas a lágrima que em instantes deixou
A voz suave já não geme, nem o espírito pede abrigo.
Procuro o infinito... Quero tocar as estrelas...Quero ver o sol.
Se na noite que some, me consome e no dia padeço
Nunca é tarde para um corpo perdido, que nunca encontra abrigo
Na calçada sozinho estou estirado para que nunca amanheço...
É a vida no fim, a história acabou, o amigo esqueceu
É um homem desconhecido que nunca encontrou seu apogeu...
É a lágrima, o tributável, o inevitável...
É a dor, o terror, o deplorável...
È ninguém mais... SOU EUUUUUU!!!!!